Don Draper e o Neuromarketing: vender para o cérebro, não para o cliente
Don Draper, o lendário publicitário de Mad Men, vendia como poucos. Ele não falava de características técnicas. Ele fazia o cliente sentir. E é exatamente isso que a neurociência moderna comprova: não compramos com a razão, mas com a emoção.
Sem saber, Don já aplicava o que hoje conhecemos como neuromarketing.
A ciência mostra que decisões de compra passam antes pelo sistema límbico — a parte emocional do cérebro. Draper sabia disso na prática: quando vendeu o projetor da Kodak, ele não falou de tecnologia. Vendeu nostalgia, família, pertencimento. E chamou de Carrossel. Resultado? Memorável.
Don usava o storytelling com precisão cirúrgica. Cada apresentação era uma história com começo, meio e fim. Com tensão, emoção e uma virada final. Isso gera mais engajamento porque ativa múltiplas áreas do cérebro: visão, linguagem, emoção, memória.
Ele também vendia identidade. Um cigarro não era um cigarro. Era status. Um carro não era transporte. Era liberdade. Hoje sabemos que produtos com valor simbólico ativam o sistema de recompensa do cérebro — o mesmo que nos motiva, vicia e encanta.
Outro ponto forte: simplicidade. Draper usava frases curtas, claras e poderosas. Isso reduz o esforço mental do público e aumenta a aceitação da ideia. Neuromarketing chama isso de fluência cognitiva.
Por fim, ele transmitia autoridade. Não apresentava ideias — ele afirmava soluções. E o cérebro responde positivamente a quem demonstra convicção.
Don Draper pode ter sido um personagem fictício, mas sua abordagem é real, estratégica e atual. Em tempos de IA e dados, a lição é clara:
Quem domina o cérebro, domina o mercado.
Don Draper
